Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...
Numa noite...
Uma ansiedade enorme
Visita-me de novo
É sempre assim em Setembro
Nem é chuva nem é
vento
Incerto é o tempo
Adormeço aos soluços
E acordo num sopro
Passa a hora
Passas tu
Estou incerta no momento
O tempo corre diferente
Sou eu
És tu
E um mar de gente
Setembro
É sempre assim …
Desde que me lembro!
Sílvia Mota Lopes
Escrito de fresco:)
Não é bem um poema é um desabafo:)
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