Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...

terça-feira, 19 de junho de 2012

o livro em branco escrito de fresco:)


Encontro aquele livro em branco
Na prateleira da estante
Seguro-o na mão e no pensamento
Cheiro as folhas…
Inspiro por segundos
Cheiram a poemas não escritos
A palavras soltas
De um poeta sem nome
Naquelas páginas feitas de espuma
Lavo a alma
Perfumo
A simplicidade do eu
Do tu
O poeta sem nome mergulha
Procura o silêncio da noite
A existência do dia
Emerge a música que embala a razão
A emoção que alimenta a alma
E o poeta sem nome
Materializa-se em pedaços de papel
Amarrotados pelo tempo
Em páginas brancas de espuma…
Esquecidas na prateleira da estante
À espera que um dia
O poeta sem nome
Seja lembrado
                                     Sílvia Mota Lopes

2 comentários:

Mercedes Ridocci disse...

Llegará el poeta y nadará entre las páginas de espuma blanca.
Precioso texto.

Me gustaría darte a "seguir", pero no me sale esa opción. No se como puedo hacerlo.

Un abrazo.
Mercedes.

Sílvia Mota Lopes disse...

Gracias Mercedes:)
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