Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...

domingo, 8 de abril de 2012

Borboleta

 
Estava na varanda com o meu pai falava dos pesadelos...ainda não dorme tranquilo depois de tantos anos...guerra maldita do ultramar que para além das mortes sem sentido, ainda atormenta em forma de fantasmas e monstros assustadores as noites dos que estiveram lá .
Enquanto ele falava...eu desenhava ao seu lado...interrompendo várias vezes para ver as expressões do seu rosto.

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